terça-feira, 27 de setembro de 2016

Forks over knives - uma revisão


Desculpem se incorrer no ato de "spoilar" alguns aspetos, mas para quem não tiver paciência de ver o documentário até ao fim (1h36min), vou tentar abordar algumas temáticas da forma mais fiel possível.
Em primeiro lugar, quero destacar que este documentário está muito bem feito do ponto de vista científico, sendo que consegue evidenciar alguns estudos que demonstram a posição dos cientistas quanto às vantagens e desvantagens quer da dieta baseada em proteína animal quer da dieta baseada em proteína vegetal. Todo o documentário anda à volta destas duas posições, acabando por contrapor a cultura americana/ocidental (representativa da proteína animal) e a cultura chinesa/oriental (baseada em proteína vegetal).
A fim de poder demonstrar resultados verídicos, o autor do documentário (Lee Fulkerson) vai buscar exemplos reais de pessoas que haviam sofrido de doenças cardiovasculares, principalmente, e que apresentavam outros problemas como colesterol, tensão alta, diabetes, entre outros. Para quem não sabe o que estes problemas são ou que já ouviu falar mas que não tem a certeza daquilo que é, eis alguma informação que consegui encontrar na Internet. Primeiro, o colesterol é uma gordura essencial existente no nosso organismo, que tem duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular o fígado, e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos. O organismo necessita de colesterol para produzir as membranas (paredes) celulares, hormonas, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o nosso organismo necessita de apenas uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades. Há 4 tipos de colesterol, essencialmente: as lipoproteínas de baixa densidade (LDL), vulgarmente conhecidas como "mau" colesterol, por ser aquele que se deposita na parede das artérias, provocando aterosclerose. Quanto mais altas forem as LDL no sangue, maior é o risco de doença cardiovascular; as lipoproteínas de alta densidade (HDL), também conhecidas por colesterol "bom", que tem como papel a limpeza das artérias, pelo que quanto mais altas forem menor risco há de surgir doença cardiovascular; as lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), semelhantes às LDL, mas que contêm mais gordura e menos proteínas; por fim, os triglicéridos, um outro tipo de gordura que circula no sangue ligada às VLDL. Uma alimentação excessivamente rica em calorias, açúcares ou álcool eleva os triglicéridos, aumentando o risco cardiovascular (fonte: http://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/o-que-e-o-colesterol). No que toca à tensão arterial, esta aumenta quando o batimento cardíaco aumenta ou se os vasos sanguíneos ficam apertados(fonte:http://www.tensoval.pt/tensao_alta_hipertensao.php) Por último, a diabetes representa os elevados níveis de glicose no sangue, havendo vários tipos, os quais poderão consultar no site: http://www.apdp.pt/a-diabetes/a-pessoa-com-diabetes/o-que-e-a-diabetes.
Os problemas supracitados são os que mais afetam a população ocidental, segundo o que o documentário apresenta. Tudo isto, derivado do consumo excessivo de proteína animal. Ao longo do documentário, poderão ver os gráficos representativos de alguns continentes em que os cientistas realizaram estudos, de modo a estudarem possíveis correlações quanto ao tema em questão. Alguns casos, na minha opinião, forem bem radicais, no sentido de que os doentes já apresentavam comportamentos bastante suspeitos assim como um estilo de vida que, na minha opinião, poderia levar a tudo menos a uma vida saudável. Portugal, tal como o resto dos países do ocidente, pode ver-se como um bom exemplo em que, com a cultura americana inculcada ao longo do tempo, viu parte da sua população aumentar a probabilidade de contrair doenças cardiovasculares - em parte devido, não só à publicidade, mas também pelo crescimento do ritmo frenético de vida.
Além disso, os cientistas no documentário revelaram que, depois de expostos os factos e resultados do estudo por eles realizado, a própria universidade não aceitou o seu trabalho. Ora, não é difícil de vermos o porquê. Os interesses económicos e políticos falam sempre mais alto. Claro que a proteína animal sempre foi conhecida por nos dar toda aquela energia que necessitamos para viver e agora vêm um ou dois cientistas desmentir este facto. Quem fala de carne, fala também dos lacticínios. Há gente intolerante à lactose, claro, e muita gente que já nem aprecia leite, mas, como poderão ver no documentário, muita gente, faz muito tempo, acreditava que o cálcio vinha só mesmo do leite. Depois este facto foi desmentido.
No fim deste documentário, tal como um dos intervenientes referiu, cabe-nos a nós decidirmos o rumo que queremos dar à nossa vida: se com escolhas saudáveis e que permitam que nos sintamos bem de forma mais prolongada ou com escolhas não tão saudáveis do ponto de vista dos cientistas do estudo e que aumentem a probabilidade de nos sentirmos mal e de não nos sentirmos realizados com a vida por nós levada a cabo. É, portanto, mais uma reflexão pessoal do que uma lição para as nossas vidas. Os factos estão lá, estão relatados. Pessoalmente, posso reduzir parte do meu consumo de proteína animal, nomeadamente carnes vermelhas (pois quando se fala em enchidos, peles, gorduras, etc., já desde pequeno que não aprecio), e que não é muito, mas de resto, como me sinto bem, e os médicos dizem o mesmo quando olham para os meus exames, não vejo motivos para mudar radicalmente para uma dieta do género e tornar-me um vegan no verdadeiro sentido da palavra.
Concluindo, já Benjamin Franklin o dizia:"don't live to eat eat to live". É uma frase que resume o estilo de vida agora adotado pelos intervenientes do documentário. Portanto, ninguém deve descurar a importância da alimentação, e todos nós temos a liberdade de escolher o que nos faz bem e que nos faz sentir bem. Aconselho vivamente a verem o documentário, até para desmentirem parte do que disse (porque posso não ter lido os factos corretamente), e depois de o verem, acho que a tendência será saírem do computador e irem ver logo o que têm na vossa despensa e no frigorífico.

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