segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Correr, eu?

A corrida, enquanto desporto, começa, na maior parte dos casos, por esta prerrogativa/pergunta que cada um faz a si mesmo. Como se correr fosse algo fora do normal e até estúpido, aos olhos da sociedade.
Podia até começar este texto por enumeras as infindáveis vantagens de correr, até mesmo descrever aqueles "palavrões" - ditos neurotransmissores - que atuam neste exercício. Mas não vos vou massacrar com isso, até porque não sou ninguém para falar disso, apenas vos conto aquilo que descreve a minha modesta experiência enquanto atleta amador.
Eu nunca descrevi a forma como me sentia em relação a isto nem o tipo de treino levado a cabo por mim nestes últimos anos, não por preguiça ou por falta de vontade, mas porque achava que este tipo de desporto é algo bastante pessoal e, por isso, não achava ser possível conseguir descrever a forma como me sinto enquanto atleta amador e desportista. Contudo, hoje é o dia da minha tentativa de explicação.
Posso dizer que eu utilizo a corrida como um complemento, ou seja, além daquilo que eu normalmente faço - exercícios para Calisténicos - eu corro para treinar o meu cárdio e resistência, além de eliminar parte da gordura. Mas tudo isto já vem acompanhado de algum background desportivo: além da denominada "educação física" recebida na escola, o meu progresso foi acompanhado por ginásio, pouco tempo no voleibol, Natação, Capoeira, Ginástica, Parkour, Taekwondo e Atletismo. Como toda a gente, sofri "altos e baixos" durante todos estes anos, isto é, houve alturas em que andei mais parado e outras alturas em que me dediquei mais. O mais engraçado é que este "gosto" pelo desporto, além de me ter sido incutido desde cedo, devido principalmente aos benefícios que sentia na escola, por exemplo, foi mais desenvolvido a partir do 9º ano por causa de - por favor, não se riam - numa aula de ginástica o professor me ter pedido para fazer o pino/handstand e eu na altura não conseguia, nem durante 1 segundo. Não me perguntem porquê, mas eu fiquei intrigado com aquilo. Primeira coisa que fiz quando cheguei a casa nessa altura: youtube, ver vídeos de como fazer o pino. A partir daí, foi sentir evolução.
Além disso, fui acompanhando o que se dizia pela internet no que toca ao desporto em geral, recorri a muita pesquisa, muitos artigos de blogs na internet, muitos fóruns, muita troca de informação. O que quero com isto dizer é que qualquer um que esteja a ler isto - e obrigado pela vossa paciência - é capaz de começar a adotar um estilo de vida saudável, em que o exercício físico tome parte no seu quotidiano.
De forma mais séria, o Atletismo começou a tomar parte da minha rotina ainda no verão de 2015, altura em que já me dedicava também aos Calistenicos e fazia muitos exercícios upper body. O Atletismo veio para complementar e foi através deste desporto que consegui treinar a minha agilidade e controlar o meu peso. E quando corro, o que eu sinto é algo indescritível, é como se, passado algum tempo em modo corrida, o meu corpo já se "habituasse" a esse ritmo, e se libertasse algo para me sentir bem; a partir de uma certa altura, o pior que me podem fazer é fazer-me parar para depois retomar. Enquanto corro e conheço o que está à minha volta, era como se me sentisse parte de algo maior. E quando eu estabeleço uma distância como um objetivo e o consigo alcançar? Penso que qualquer atleta, mesmo que amador, sabe daquilo que estou a falar. A corrida permite-nos criar uma relação com o ambiente que nos rodeia, faz-nos sentir parte de algo bem maior que nós. A adrenalina que surge em nós para continuarmos a correr cria-nos uma ilusão de invencíveis, mais fortes, mais rápidos, mais ágeis.
Podem-me chamar estúpido ou anormal por andar a correr feito tolo pelas ruas cheias de carros e de gente, buracos, obstáculos, etc., mas o que vejo não são obstáculos, são oportunidades de auto-superação. Como os Bullet For My Valentin afirmam e tão convictamente cantam, run for your life, corram pela vossa vida. Tenham a coragem de competir não contra os outros, mas contra vocês mesmos.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

The beauty and the mysterious

Not even knowing each other, I really believe in something different, far from what I believed until now, this exact moment. You don't see it clearly, yet, I understand. Afterall, you just live your days like a normal fate, you're built just like the rest of us.
I don't know what I've seen in you, I admit. Apparently, just a normal person. But that's the question I ask myself every single day. Perhaps I'm living a perfect illusion and I don't quite understand what's the point of it. I just feel like if we met each other, everything would be different and life would just become fulfilled with your positive energy.
Well, I admit that I've seen something in your eyes, in your pretty face. What's hard for me is to clearly define my feelings about you. You lool like everything I appreciate from a girl: simplicity. Unlike other people you can turn all the world full of darkness and despair, into a complex beautiful anonymity; that's precisely what I want to see - all I want is the opportunity to look through your eyes and appreciate what the world has for the most.
Because all people really deserve an opportunity to be happy and no one should really be ashamed about how they feel. But that's what society taught us, we live everyday just to pretend that everything is okay, when the truth is - most of us hide feelings that shouldn't be hided. I believe that happiness starts there: recognizing what we feel and doing something about it. It's not easy though, but it's worth it.
So, one day, when you feel alone - quite impossible due to circunstances -, just know that I'm here, your friend from an anonymous world

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Alma assaltada, alma despida

É incrível como, enquanto nada nos acontece, não temos tanta preocupação com aquilo por que as outras pessoas passaram ou simplesmente com aquilo que muitas delas sentiram num momento de quebra. Em certas alturas, sentimo-nos mesmo importantes ao ponto de nos esquecermos de que de um momento para o outro nos podem despir com a mesma facilidade com que nos abordam.
Foram precisos cinco anos para me aperceber disso, cinco anos e um mês (mais propriamente). Estes minutos que ainda neste momento conto, como se ainda estivesse naquele local, naquele exato momento, foram aqueles que me fizeram perceber o quão é fácil nos sentimos vulneráveis perante uma ameaça, ainda que nos sentamos capazes de a enfrentar.
Nestas alturas, tudo o que é abstrato, mais mais real do que nunca, torna-se infinitamente mais complicado de se materializar, de descrever. É toda uma inércia que se segue depois de um momento de estupefacção. É toda uma mixórdia de sentimentos que se sobrepõem à mais pura racionalidade.
Quantas vezes nos dias, em crianças, para evitarmos o escuro, para evitarmos o desconhecido? Quantas vezes nos avisam para não seguirmos por aí, que nós vamos cair e aleijar-nos? Deveria ser a lei da vida. E de um momento para o outro, toda essa coragem se desvanece e contraimo-nos, rendemo-nos, consequentemente, ao medo. Uns meros minutos para toda uma chama se deixar envolver por um manto de incertezas e de medo.
Todos os dias, sentimos necessidade de sair de nós mesmos, de refletir sobre aquilo que já foi alcançado por nós, tentar descobrir a raiz dos nossos problemas, o porquê de nos sentirmos parados no tempo sem saber o que fazer, a deambular pelas ruas da nossa alma à procura de uma resposta para as nossas incertezas. Porém, entram num beco, já perseguidos por duas almas sedentas de dinheiro, já abordados por elas uns minutos atrás, e pela primeira vez presenciam tudo aquilo que estudam (na teoria) e temem principalmente pela vossa vida. Independentemente daquilo que supliquem, existem sempre aqueles sujeitos que se acham com maior necessidades do que vocês e preferem ir pelo caminho mais fácil. Enquanto criminólogo, não os culpo, pelo menos totalmente. Assumo-me como vítima pela primeira vez em toda a minha vida, não por aquilo que me levaram, mas pelas repercutências psicológicas que isso teve e a auto-reflexão que devo levar daqui para a frente para não entrar em paranóia. Não culpo totalmente a polícia também, porque, não obstante ser o seu trabalho, compreendo, mais do que ninguém, que não é nenhum organismo omnipotente, e a criminalidade, mesmo aquela de pequeno porte, irá sempre existir.
Enquanto criminólogo, apesar de hoje ter sido vítima, não sou apologista de uma pena de morte nem nada que se pareça, não caio em determinismos desmedidos.
Às duas almas que hoje assaltaram a minha, e que fugiram a sete pés, que sejam felizes, na sua mais pura ignorância.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Quando tu estás quase lá!

Meus caros leitores, de forma a poder ressuscitar este meu blog, cujo conteúdo não tem sido atualizado há já bastante tempo, nada melhor do que recomeçar com uma ou várias lições que aprendi durante este ano.
Deixo-vos, para já, com este vídeo:

É incrível como muitos de nós não nos conhecemos tão bem como pensamos, e que é preciso passarmos por certas circunstâncias da vida para nos apercebermos disso.
Todos nós já passámos por momentos em que sentimos que não estamos com a força toda, que não damos tudo de nós, que estamos demasiado "debilitados" para enfrentarmos com maturidade suficiente os problemas que estão à nossa frente. Tal ideia não é, de todo, verdadeira.
O caminho não é fácil, já todos sabemos. Eu também pensava que era mais fraco, que havia certas alturas que simplesmente não conseguia ultrapassar certos problemas, mas acabei por conseguir ultrapassá-los, sentir-me mais seguro. Ao longo deste ano, uma das maiores lições que aprendi é que o psicológico tem um grande papel dentro de nós - se não a totalidade, pelo menos a maior parte. Poderá ocorrer a cada um de nós que talvez o facto de não nos sentirmos preparados para ultrapassar certas situações depende da nossa genética, do facto dos nossos pais por exemplo terem certas alturas em que demonstram fraqueza, e que isso se reflete em nós. De facto, a genética explica parte do nosso comportamento, contudo, não deveremos conferi-la a maior porção de importância, pois na maior parte dos casos é o ambiente que opera com um maior impacto, são as situações do dia a dia que nos fazem crescer.
Quando somos pequenos, tudo parece um mar de rosas. Quando somos pequenos, tudo parece tão simples... Por esta lógica, poderíamos até partir da presunção de que a relação entre a maturidade e a idade parte de uma relação direta positiva, ou seja, quanto mais velhos somos, mais maturidade demonstramos. É óbvio que esta não ideia não representa toda a população, porque cada pessoa é uma pessoa.
Em toda a nossa vida, uma das maiores certezas que poderemos ter é que, qualquer que seja o caminho pelo qual enveredemos, iremos encontrar sempre obstáculos, aquelas pedrinhas que no final de contas se demonstram pedregulhos. Quando isto acontecer, ou mesmo quando começarem um período bastante conturbado, relembrem:

- Se sei do que sou capaz, tenho de seguir em frente, mas preparado para enfrentar os obstáculos, e não apontar o dedo aos outros por não me deixarem ser o que sou, porque os covardes é que fazem isso.
- Não importa o quão grande seja o obstáculo, o importante é que seja capaz de seguir em frente, mesmo com esses obstáculos em cima de mim.
- Se quero algo, se tenho um sonho, tenho de o proteger e agarrá-lo.
- Se não consigo algo, é porque não estou cem por cento dedicado a isso, e prefiro fazer outras coisas.
- As maiores conquistas exigem os maiores sacrifícios.
- Sacrificar aquilo que sou agora por aquilo em que me vou tornar.

Ainda hoje me recordo destes princípios, e com certeza os levarei para o resto da minha vida. Na minha ótica, não há nada mais reconfortante, um sentimento tão grandioso, do que cumprir um grande objetivo, um grande sonho. São momentos como esses em que nos sentimos como parte de algo maior.
Todos os dias, um grande objetivo; todos um dias, uma autosuperação.