sábado, 18 de outubro de 2014

Review do filme:" Moi, Pierre Rivière, ayant égorgé ma mère, ma soeur et mon frère..."

Bom dia, caros leitores. Apresento-vos a review de um filme acerca de Pierre Rivière, "O jovem de vinte anos, 5 pés de altura, cabelos e sobrancelhas negros, suíças negras e ralas, testa estreita, nariz médio, boca média, queixo redondo, rosto oval e cheio, tez morena e olhar oblíquo." O tão famoso parricídio de 1835.
A sua história é particularmente interessante, visto que, de uma perspetiva fenómeno-criminológica, nos dá a conhecer muitos aspetos da sua vida, além de nos dar a perceber, ou melhor, a observar para depois entender, o caminho de um criminoso, de um delinquente, até à prossecução de um determinado ato. Ora, se repararem, já no filme "Laranja Mecânica, previamente comentado, Alex é-nos apresentado como um delinquente que age em grupo e é líder desse mesmo grupo. Já no que toca a Rivière, o conceito de crime e criminoso é mais suscetível de originar uma outra índole de estudo e de investigação. Isto, porque o ator não age em grupo. E o mais interessante é a perceção social da altura (estamos a falar do início do século XIX), em relação ao fenómeno do parricídio. Rivière aparenta ser um rapaz inteligente, com boas notas na escola
Em relação ao filme em si mesmo, é particularmente interessante a maneira como o realizador conseguiu, de certa forma, aglutinar o essencial (porque para estudarmos a vida de uma pessoa, quanto mais pormenores encontramos, mais linhas de discussão e de investigação seguimos) em tão poucas horas de filme, e ainda assim, deu a oportunidade ao visualizador para construir um mapa criminológico e social um quanto abrangente.
É um dos filmes a ter mais em conta, nomeadamente na vertente criminógena e social, na medida em que nos consegue transparecer algo incomum numa sociedade ainda fisiocrática.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Review do filme "Laranja Mecânica"

Boa tarde, pessoal. Vi o filme há dias, sem quaisquer expectativas, e foi o melhor que me podia ter acontecido, sem dúvida.
Como estudante de Criminologia, a importância pareceu-me mais acrescida, até porque é um filme que retrata e comprova muitas das teorias com que me deparei durante os meus estudos.
Ora, Alex é um jovem delinquente, no meio de um grupo de amigos, além de líder desse mesmo grupo. Além do filme nos conseguir fornecer uma visão acerca da personalidade do delinquente, também nos permite constatar a intensidade da força do grupo, relativamente à força individual. Isto é, é facilmente percetível a maneira como cada elemento se deixa influenciar pelo grupo, pelo todo.
Como podemos observar nos nossos dias, os tribunais estão carregados de processos relativos a homicídios, roubos, entre outros crimes. E, consequentemente, as nossas prisões sofrem uma sobrelotação. Como devem calcular, o nosso governo não tem infra-estruturas suficientes, nem dinheiro, para andar a suportar todos os criminosos julgados. E isto gera um enorme problema à justiça, que já se arrasta há muitos anos: os grandes e implacáveis atrasos.
Mas, e se todos nós mudássemos a nossa perspetiva de criminoso e delinquente, e passássemos a observá-lo de um ponto de vista mais "humano", não tanto normativo? É que, vistas bem as coisas, e já de uma pespetiva histórica, o Direito sempre teve uma componente mais forte, ainda no que toca à sua relação com a psicologia, por exemplo.
Como jeito de análise ao delinquente, não contendo esta minha análise quaisquer spoilers, portanto, Alex é-nos apresentado como um jovem delinquente, que como líder do grupo, sente o prazer em realizar o ato. E a própria dinâmica do grupo baseia-se, tão-só, em maldade, aldrabice, vandalismo. E isso leva-nos a questionar certos factos: não existindo grupo, poderá o indivíduo possuir a motivação necessária à realização do ato? Não poderá um certo crime refletir o efeito e resultado da história de vida do ator? O crime poderá ser visto como algo separado daquilo que o agente sente ou daquilo que viveu?
Aqui fica, portanto, o meu convite à visualização deste filme. E não se deixem enganar pela data em que foi realizado, dado que os antigos são os que deram, e continuam a dar, a base daqueles a que nós assistimos hoje. E, em jeito de conclusão, antes de providenciarem os vossos caros amigos com a vossa tão defendida opinião, no que toca ao mundo do crime e da delinquência, não se esqueçam, em primeiro lugar, de questionarem aquilo que sabem, e procurem factos concretos que sirvam de base à opinião por vós emitida.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Os Hackers

Olá, pessoal. Está prestes a fazer um ano (mais propriamente, dia 16 de Setembro) desde que criei o meu último post aqui no blog. E, claro, presumo que tenham admirado (ou não) o que anda para aqui escrito. Depois perguntam-me: olha, e o que é que andaste a fazer durante este tempo todo? Porque é que deixaste de escrever aqui? Ao que eu respondo: meus caros amigos, isto é um blog, não é nenhum noticiário. Neste blog, basicamente, estão presentes algumas reflexões que eu muitas vezes faço, sendo estas aqui presentes aquelas que tenciono partilhar convosco.
Adiante, meus caros amigos. Uma notícia que me incomodou bastante, escolhendo eu uma carreira ligada à criminalidade informática, é mesmo a recente notícia de um certo "hacker" que fez o favor a muitas pessoas porno-cinéfilas de publicar muitas fotos de atrizes, principalmente, no seu estado "natural" e, digamos, menos público. E tudo isto, devido a um erro (dizem eles) presente na cloud, a chamada nuvem de armazenamento de ficheiros.
"Eish, ó mano, já vistes aquela foto da JL toda mamalhuda. Caralho mano, comia-a toda, qu'aqui o meu pau já anda teso há vários dias" - dizem eles. Vamos lá ver uma coisa: é claro que ninguém fica indiferente àquelas fotos, ainda para mais por serem daquelas tão aclamadas atrizes, quais estrelas de hollywood. Toda a gente, inevitavelmente, depara-se perante as notícias. Mas já pensaram em virar-se para a outra face da moeda? Quer dizer, todos nós dependemos da tecnologia, nos dias de hoje. Basta termos um aparelho ligado a uma rede wireless, ou até somente ligado à corrente, mas que já tenha sido conectado à rede, para que todos nós, quase aleatoriamente, sermos afectados por essas falhas de segurança.
Excelentíssimos senhores engenheiros informáticos, administradores de sistemas, gestores de redes e equipamentos informáticos, não sou nenhum expert neste tipo de matéria, até tomara eu ter muito mais conhecimentos do que os que tenho. Porém, já que o governo nos anda a roubar forte e feio, pelo menos façam da nossa rede, uma rede mais segura. Cuidado com aqueles backdoors, que se conseguem meter na rede e, programados, a partir de uma vulnerabilidade detetada, obtêm aqueles dados mais sensíveis. Já que os chineses também andam por cá com milhares de lojas e mal sabem falar português, ao menos aprendam um bocadinho mais com os hackers que andam por aí. Obtenham o CEH, caso seja necessário. Olhem que os índios, nesta matéria, são bastante curiosos e perspicazes. Cuidado com aqueles sites vulneráveis a injecções de código, cuidado com aqueles erros denominados "XSS", uma boa estrutura de java poderá ser-vos mais útil nessa situação. Ah, e vocês, "script kids", não se esqueçam de deitar abaixo a rede elétrica da vossa cidade, ou até arranjar confusões com os semáforos mais próximos aí da vossa rua. E, claro, também podem invadir o telemóvel que encontrarem próximo de vocês, na rua. Instalem um backdoor no telemóvel da vossa namorada e vasculhem as mensagens dela, pode ser que gostem daquilo que encontrem :p Oh, já me esquecia, e quando a polícia vos apanhar, não se preocupem, façam estragos até aos 16 anos, que aqui a lei penal perdoa-vos (não abusem, contudo!).
Mais uma coisa, esperem aí, que vou ali ao codecademy e ao Kali e já vos ajudo.

“Na internet, ninguém sabe que você é um cão.” - Citação de Peter Steiner, publicada na revista The New Yorker em 1993.