terça-feira, 27 de setembro de 2016

Forks over knives - uma revisão


Desculpem se incorrer no ato de "spoilar" alguns aspetos, mas para quem não tiver paciência de ver o documentário até ao fim (1h36min), vou tentar abordar algumas temáticas da forma mais fiel possível.
Em primeiro lugar, quero destacar que este documentário está muito bem feito do ponto de vista científico, sendo que consegue evidenciar alguns estudos que demonstram a posição dos cientistas quanto às vantagens e desvantagens quer da dieta baseada em proteína animal quer da dieta baseada em proteína vegetal. Todo o documentário anda à volta destas duas posições, acabando por contrapor a cultura americana/ocidental (representativa da proteína animal) e a cultura chinesa/oriental (baseada em proteína vegetal).
A fim de poder demonstrar resultados verídicos, o autor do documentário (Lee Fulkerson) vai buscar exemplos reais de pessoas que haviam sofrido de doenças cardiovasculares, principalmente, e que apresentavam outros problemas como colesterol, tensão alta, diabetes, entre outros. Para quem não sabe o que estes problemas são ou que já ouviu falar mas que não tem a certeza daquilo que é, eis alguma informação que consegui encontrar na Internet. Primeiro, o colesterol é uma gordura essencial existente no nosso organismo, que tem duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular o fígado, e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos. O organismo necessita de colesterol para produzir as membranas (paredes) celulares, hormonas, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o nosso organismo necessita de apenas uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades. Há 4 tipos de colesterol, essencialmente: as lipoproteínas de baixa densidade (LDL), vulgarmente conhecidas como "mau" colesterol, por ser aquele que se deposita na parede das artérias, provocando aterosclerose. Quanto mais altas forem as LDL no sangue, maior é o risco de doença cardiovascular; as lipoproteínas de alta densidade (HDL), também conhecidas por colesterol "bom", que tem como papel a limpeza das artérias, pelo que quanto mais altas forem menor risco há de surgir doença cardiovascular; as lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), semelhantes às LDL, mas que contêm mais gordura e menos proteínas; por fim, os triglicéridos, um outro tipo de gordura que circula no sangue ligada às VLDL. Uma alimentação excessivamente rica em calorias, açúcares ou álcool eleva os triglicéridos, aumentando o risco cardiovascular (fonte: http://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/o-que-e-o-colesterol). No que toca à tensão arterial, esta aumenta quando o batimento cardíaco aumenta ou se os vasos sanguíneos ficam apertados(fonte:http://www.tensoval.pt/tensao_alta_hipertensao.php) Por último, a diabetes representa os elevados níveis de glicose no sangue, havendo vários tipos, os quais poderão consultar no site: http://www.apdp.pt/a-diabetes/a-pessoa-com-diabetes/o-que-e-a-diabetes.
Os problemas supracitados são os que mais afetam a população ocidental, segundo o que o documentário apresenta. Tudo isto, derivado do consumo excessivo de proteína animal. Ao longo do documentário, poderão ver os gráficos representativos de alguns continentes em que os cientistas realizaram estudos, de modo a estudarem possíveis correlações quanto ao tema em questão. Alguns casos, na minha opinião, forem bem radicais, no sentido de que os doentes já apresentavam comportamentos bastante suspeitos assim como um estilo de vida que, na minha opinião, poderia levar a tudo menos a uma vida saudável. Portugal, tal como o resto dos países do ocidente, pode ver-se como um bom exemplo em que, com a cultura americana inculcada ao longo do tempo, viu parte da sua população aumentar a probabilidade de contrair doenças cardiovasculares - em parte devido, não só à publicidade, mas também pelo crescimento do ritmo frenético de vida.
Além disso, os cientistas no documentário revelaram que, depois de expostos os factos e resultados do estudo por eles realizado, a própria universidade não aceitou o seu trabalho. Ora, não é difícil de vermos o porquê. Os interesses económicos e políticos falam sempre mais alto. Claro que a proteína animal sempre foi conhecida por nos dar toda aquela energia que necessitamos para viver e agora vêm um ou dois cientistas desmentir este facto. Quem fala de carne, fala também dos lacticínios. Há gente intolerante à lactose, claro, e muita gente que já nem aprecia leite, mas, como poderão ver no documentário, muita gente, faz muito tempo, acreditava que o cálcio vinha só mesmo do leite. Depois este facto foi desmentido.
No fim deste documentário, tal como um dos intervenientes referiu, cabe-nos a nós decidirmos o rumo que queremos dar à nossa vida: se com escolhas saudáveis e que permitam que nos sintamos bem de forma mais prolongada ou com escolhas não tão saudáveis do ponto de vista dos cientistas do estudo e que aumentem a probabilidade de nos sentirmos mal e de não nos sentirmos realizados com a vida por nós levada a cabo. É, portanto, mais uma reflexão pessoal do que uma lição para as nossas vidas. Os factos estão lá, estão relatados. Pessoalmente, posso reduzir parte do meu consumo de proteína animal, nomeadamente carnes vermelhas (pois quando se fala em enchidos, peles, gorduras, etc., já desde pequeno que não aprecio), e que não é muito, mas de resto, como me sinto bem, e os médicos dizem o mesmo quando olham para os meus exames, não vejo motivos para mudar radicalmente para uma dieta do género e tornar-me um vegan no verdadeiro sentido da palavra.
Concluindo, já Benjamin Franklin o dizia:"don't live to eat eat to live". É uma frase que resume o estilo de vida agora adotado pelos intervenientes do documentário. Portanto, ninguém deve descurar a importância da alimentação, e todos nós temos a liberdade de escolher o que nos faz bem e que nos faz sentir bem. Aconselho vivamente a verem o documentário, até para desmentirem parte do que disse (porque posso não ter lido os factos corretamente), e depois de o verem, acho que a tendência será saírem do computador e irem ver logo o que têm na vossa despensa e no frigorífico.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Meia maratona do Porto Sportzone 2016


O dia 18 de Setembro de 2016 foi mais um marco importante no meu percurso desportivo e pessoal. Não é todos os dias que nos autopropomos a realizar uma prova desta dimensão e deste nível de exigência a nível físico. É também com este dia que realizo mais uma etapa dos meus objetivos a nível desportivo, pois como praticante de atletismo há cerca de um ano, senti que chegara a altura de demonstrar a minha evolução e que, com vontade, determinação e persistência, poderia obter um bom resultado para uma primeira vez.
Eis que, chegado este dia, depois de algumas horas de dormida (talvez por causa da ligeira ansiedade provocada por ser a minha primeira vez num evento desta envergadura), me pus a caminho da ponte do freixo. De forma a evitar alguma espécie de atraso, como já tinha acontecido noutras provas (mini-maratonas), lá tive de despertar um bocado mais cedo que o habitual e tomar um bom pequeno almoço. Claro que no caminho, e mesmo momentos antes da prova, tive de abastecer, o que já é natural para qualquer desportista.
Falando especificamente da prova, já esperava por uma grande adesão - e nesta participaram 5286 pessoas. O mais emocionante - e talvez entusiasmante - foi ver tudo ali à espera do início da partida, tudo à espera de dar o tudo por tudo em algo que obteve aderência a nível mundial. Confesso que estava um bocado mais nervoso que o habitual, talvez pela energia que senti no meio de todo aquele aglomerado populacional, mas nem isso me fez perder a confiança de que precisei para correr.
Como atleta não federado e sendo a primeira inscrição numa meia maratona, apesar de, à primeira vista, parecer algo exagerado para quem vê de fora, propus-me a realizar os 21km em menos de 1h30min. Algo muito arriscado e uma tolice, para muitos. Quando falamos de atletismo, às vezes as coisas seguem uma certa lógica. Se um determinado atleta treina com certa frequência (3 vezes por semana, por exemplo) e vai evoluindo aos poucos a distância, com mais ou menos intensidade, consegue presumir, com relativa facilidade, tanto a velocidade a que pode e deve realizar a prova como o espaço de tempo em que cumpre a mesma. Foi o que me aconteceu. O meu máximo em termos de distância percorrida é de 27km. Depois de algum tempo em recuperação de uma contratura na perna esquerda, poderiam não "apostar" numa vitória pessoal ao fim de tão pouco tempo. A verdade é que, mesmo em recuperação, sentindo-me melhor, já conseguia atingir os 7/8km num espaço de tempo aceitável, e isso gradualmente deu-me confiança para conseguir chegar mais longe.
Assim sendo, e apesar de não ter corrido nas condições a que estou habituado (momento do dia), uma das melhores sensações ao longo da corrida foi uma sensação de leveza e velocidade. Posso até fazer uma analogia entre o running e a vida: quando vamos a uma determinada velocidade, encontramo-nos numa determinada fase da corrida e, connosco, vão outras pessoas que acompanham também o nosso ritmo; através do running, podemos também constatar que há certos momentos na nossa vida, as tais fases da corrida, em que nos sentimos mais a fraquejar, começam a faltar-nos as forças para continuar. Pois uma coisa vos digo: independentemente do objetivo pessoal, correr acompanhado por alguns dos melhores atletas é como terem as melhores pessoas da vossa vida ao vosso lado.
Deixando agora de parte dos moralismos, e tentando não pensar no cansaço que sentia em certas alturas, lá consegui acabar a corrida em 1h28m46seg. Fiquei surpreendido comigo mesmo, pois até este dia, nos meus treinos, completava uns km's a menos neste espaço de tempo. Claro que os últimos 3/5km's foram para matar, ou seja, são aqueles momentos do tudo ou nada, mas que vocês ainda não conseguem ver a linha de chegada. É nesses momentos que a vossa resistência é realmente testada. Lembro-me agora de um dos "ensinamentos" do Rocky Balboa, em que ele está num combate e, aparentemente desarmado e quase a ser derrotado, lembra-se do seu treinador e do seu treino e pensa consigo mesmo:"It's not about how hard you're hit, it's about hard you can get hit and keep moving forward, how much you can take and keep moving forward". Esta frase, tão simples aparentemente, tem por trás dela muito para levar para a vida. Nos últimos momentos de uma prova, ou quando estamos mesmo prestes a completar um objetivo, só pensamos em abrandar ou mesmo parar. É, porém, nesses momentos, que devemos apostar em toda a nossa integridade e força.
Esta prova bem-sucedida permitiu-me, mais uma vez, constatar que consigo ser mais forte a cada dia que passa, consigo ultrapassar e resolver os problemas que entretanto se cruzarem comigo e evoluir bastante a nível pessoal. Claro que não é tudo fácil, pois se assim fosse nada teria piada. São estas provas que podem espelhar os nossos limites, mas somos justamente nós que temos a capacidade de impor os nossos limites. O running é uma prova, pois, em grande medida, psicológica, e consegui demonstrar a mim mesmo que consigo, com determinação e persistência, chegar mais longe.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Profissional vs Pessoal

Já todos nós nos deparámos com esta barreira que, por vezes, nos impede de tomar certas decisões cruciais para prosseguirmos com a nossa jornada. Certamente já reparaste que não é uma tarefa fácil - aquela questão que às vezes te colocas de se deverás seguir o que a razão te diz ou o coração. Na prática, é muito mais difícil do que imaginamos, sendo que muitas vezes acabamos por ficar desiludidos e achar que, se tivéssemos seguido pela outra opção, teríamos sido mais bem sucedidos.
O tempo é um dos fatores que, neste dialema, ocupa um papel crucial nas nossas decisões. Isto, porque qualquer pessoa tem os seus hobbies e a sua vida profissional; por isso, o mais importante é encontrarmos um equilíbrio entre essas duas partes. O pior é quando o nosso trabalho ou o nosso lado mais profissional acaba por entrar demasiado no nosso lado mais pessoal, ou vice versa.
Muitos de nós, principalmente nos dias de hoje, em que a economia parece estar sempre em decadência, acabamos por "ceder" aos nossos hobbies, e tornamo-los naquilo que nós, mais tarde, iremos desempenhar a nível profissional. Esta linha de pensamento segue aquela velha máxima de que, se hoje em dia todas as áreas estão "más" a nível de remuneração e a nível de reconhecimento, mais vale seguirmos algo que nos realize e no qual nós pensemos logo ao acordar.
Não é um caminho fácil de ser seguido, não é algo que deva ser decidido de um dia para o outro, pelo simples facto de que, com tanta gente a estudar, muitos vão ocupando as vagas e, consequentemente, é necessário mais pessoal, não só licenciado, mas também com mestrado. Mesmo assim, nenhum lugar está garantido, pois a cada dia que passa, devemos mostrar o que valemos; o nosso trabalho passa por, todos os dias, mostrarmos que aquela determinada vaga nos pertence, que somos uma peça essencial a uma determinada empresa. Mais do que graus académicos, devemos mostrar-nos, na prática, polivalentes àquilo que for necessário realizar.
Com a necessidade de mostrarmos a nossa mais valia a nível profissional, devemos também pensar, caso tenhamos outros planos a nível pessoal, como casar e ter filhos, se realmente seremos capazes de lidar com o presente dialema, pois a cada dia que passa, e vemo-lo pelas atuais notícias, há cada vez mais problemas em casa - são frequentes as discussões por causa da falta de dedicação à família. Por causa disso, é necessário que encontremos, o quanto antes, a perfeita sintonia entre o nosso lado pessoal e o lado profissional.
Pessoalmente, acho que de nada adianta se tivermos excelentes resultados a nível profissional se, do outro lado, formos míseros seres, cuja situação gradualmente piora. Ou seja, nalgum momento da nossa vida, traçámos os nossos objetivos a nível profissional, proposémo-nos a alcançá-los, para depois, noutra perspetiva, esquecermo-nos do lado pessoal e das pessoas que sempre estiveram ao nosso lado e que podem precisar da nossa ajuda, da nossa presença. Para que serve o foco no trabalho se tivermos um coração vazio?
Tendo esta reflexão em mente, tomei a liberdade de fazer alguma pesquisa na Internet e tomar nota de algumas dicas por parte de profissionais:

- Define sempre os teus objetivos de vida, pois são eles que te permitem chegar onde chegares. Quando falo a nível de objetivos de vida, não é só a nível profissional. Sempre desejaste fazer aquela viagem, ter alguns bens, ter alguém especial com quem partilhares a tua vida?

- Nunca leves trabalho para casa nem leves os teus problemas a nível pessoal para a tua empresa; tenta sempre distanciar-te dos dois componentes e aprende a gerir as tuas emoções e o tempo certo para gerires cada um deles.

- Aprende a diferenciar os tipos de relacionamento. Se algum dia te acontecer sentires algo de especial por um(a) colega de trabalho, tenta não levar essas questões para o trabalho e resolve essas questões fora do contexto profissional, pois um dos piores sentimentos é teres alguma coisa para resolver com um(a) colega de trabalho e depois isso repercutir-se no teu progresso a nível profissional.

- Não tens de estar sempre ligado ao email nem ao trabalho. Por alguma razão algumas empresas fornecem aos trabalhadores um telemóvel da empresa para que, caso seja necessária alguma coisa fora do teu horário de trabalho, te possam contactar, sem ser para o telemóvel pessoal. Tenta não ficar tão preso ao trabalho que deixaste na empresa. Vive um dia de cada vez, esforça-te ao máximo para conseguires fazer com que, o que implique trabalho, fique no trabalho, e não se repercuta a nível pessoal. Claro que há certas profissões em que deves estar com o telemóvel da empresa sempre ao teu lado, pois revestem-se de extrema urgência caso seja necessário algum trabalho adicional da tua parte. Desde que isso não se transforme em rotina, não há problema.

- Enquanto estiveres no trabalho, organiza-te sempre de forma a poderes acabar o que tens a fazer nesse dia e planeia o que irás fazer no dia seguinte. As pessoas organizadas são sempre mais eficientes, pois é sempre melhor prevenir do que remediar.

- Com a organização, vêm os prazos para as tarefas. Sempre que te organizares e te autopropuseres a realizar uma determinada tarefa, faz uma estimativa de quanto tempo precisas para realizares essa mesma tarefa, pois quanto mais preciso tu fores a fazer essa estimativa, melhor consegues organizar o teu tempo e, consequentemente, mais tempo tens para a tua vida pessoal.

- Neste mundo marcado pela globalização, acabamos por nos encontrar numa "encruzilhada" e já não sabemos distinguir as redes sociais a nível profissional e a nível pessoal. Por isso, devemos proceder a uma espécie de "filtragem", ou seja, distinguir os momentos em que devemos tratar dos nossos problemas a nível pessoal e, portanto, interagir com a nossa rede social pessoal e momentos que devemos tratar dos nossos problemas a nível profissional na nossa rede profissional. Aprende a distinguir momentos da tua vida profissional e da tua vida profissional e nunca os mistures.

- Alimenta-te bem, faz exercício físico. Independentemente da tua profissão, arranjas sempre uns 15minutinhos para pensar em ti. Se tiveres uma tarefa exigente no dia seguinte, prepara qualquer coisa de antemão, de preferência saudável, coloca numa marmita e leva para o teu trabalho. Lembra-te que a tua imagem reflete-se naquilo que comes e no que fazes pela tua vida. E a saúde, esse é um dos bens mais preciosos que temos, e convém cuidar dele sempre que pudermos, pois não vale a pena vivermos sem uma boa saúde.

- "Esquece" a tua roupa de trabalho logo que saias da tua empresa. Assim que possas, põe-te à vontade, pois aí terás mais capacidade de te "desligares" das tuas obrigações profissionais e sentirás "descanso" em relação às mesmas.

- Uma última dica e que pode não ser fácil para muitos de nós, pelo menos para aqueles mais atarefados, é descansar bem. Sempre que puderes, arranja um tempo para clarificares a tua mente. Uma mente sã também necessita de descanso. É como o exercício físico, ou seja, se sobrecarregares um músculo, haverá uma altura em que o mesmo romper-se-á e não podes fazer nada por ele a não ser dar-lhe uns dias de descanso. O mesmo se passa com a tua mente.

The conjuring 2




Esta é a saga de mais um episódio que envolve os Warrens, o famoso casal cuja vida foi dedicada à investigação de fenómenos sobrenaturais.

Em The Conjuring 2, a investigação prossegue no norte de Inglaterra, Enfield, em que uma mãe (Peggy Hodson) de quatro filhos, depois de se mudar para uma casa assombrada, começa a experienciar fenómenos anormais e que se começam a repercutir na sua qualidade de vida.

Efeitos do terror à parte, considero que esta segunda parte igualou a primeira em termos do que é o "espetacular" do terror e da ficção cinematográfica ligada à horror scene. James Wan mantém-se fiel à história em si, que é o retrato real do demónio que se apoderou da família Hogdson nos anos 70 em Inglaterra e que representa o caso paranormal de Einfield.

Os Warren são enviados pela Igreja a este caso que, na altura, provoca uma reação em massa por parte dos meios de comunicação social. Já na primeira parte, agem ao serviço da Igreja para desmistificarem os acontecimentos, sendo que Lorraine, dada a evolução dos acontecimentos e a visível exigência dos mesmos, coloca a hipótese de desistir ou, pelo menos, passar algum tempo longe destes casos.

O facto é que, mesmo depois de uma breve pesquisa na Internet, ainda há dúvidas por parte de muitos agentes em relação a muitos dos acontecimentos que marcaram a vivenda desta família. Na pele de Janet, uma das filhas de Peggy, o espírito demoníaco (revestido de uma freira) que já tinha aparecido em premonições por parte de Lorraine começa a demonstrar a sua força e mistério, desde o primeiro sinal que são camas a abanar até à inversão de cruzes na parede(sinal de Satanás). Quando Janet começa a atirar loiça, cadeiras e afins, obviamente na possessão do demónio, e após se proceder à gravação do acontecimento, mais uma vez a ciência ganha, demonstrando que, aparentemente, aquela família deu a entender não há qualquer fenómeno paranormal e que Janet incorreu naquele comportamento porque quis, não sob a vontade de alguém superior. Ora, recorrendo ao habitual trabalho de interpretação, é Ed (marido de Lorraine) que chega à conclusão de que, através da miúda, o demónio comunica as suas reais intenções e é a partir daí que todos são chamados à razão para que, de forma eficaz, o demónio seja expulso.

Se haverá continuação, porque não? Afinal existem outros casos que não são conhecidos e que vale a pena serem dados a conhecer. Deixo-vos um trailer que, embora não sendo oficial, já serve para criarmos expetativas do que virá a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=2EV0tz4Nwiw


sábado, 10 de setembro de 2016

Mr Robot.. Até agora




Esta série tem muito por onde se analisar, mas, primeiro, vamos lá a uma pequena introdução à mesma. O Mr Robot trata-se de um jovem programador, Elliot, que trabalha no ramo de segurança informática numa empresa, no horário expediente, e é um hacker durante a noite. O que acontece é que, no seu caminho, depara-se com o líder misterioso de um grupo secreto que o recruta para que consigam destruir uma empresa que ele é pago para proteger. Assim, como que de um momento para o outro, o Elliot vê-se a lutar consigo próprio como resultado das consequências que os desafios externos acarretam consigo, nomeadamente aqueles derivados da fsociety.
A minha intenção aqui não é trazer spoilers. Até vos deixo aqui o link para o imdb da série, caso estejam interesados: http://www.imdb.com/title/tt4158110/?ref_=ttpl_pl_tt. Começo já por afirmar que é uma série muito mind-blowing, isto é, dá muito que pensar em certos episódios. Até podia fazer aqui um paralelismo com o que escrevi ontem em relação ao documentário "Citizenfour", até porque há muitas questões inerentes à parte da privacidade, mas vou tentar ser aqui um bocado mais original. O que me levou a ver a série? Programação e "hacktivismo", tudo no mesmo copo - o que Sam Esmail concretiza de forma bastante inteligente e intrigante. Aqui vai um aparte: não sei se já repararam, e acho que também nisso é uma série que "foge" às tendências das séries americanas. O realizador consegue captar o essencial de uma série de "mundos" em cada hipótese sem recorrer às velhas técnicas de grande parte dos filmes e séries americanos. Já viram a posição das câmaras em cada episódio e até a forma como o cameraman se foca nas personagens. Nalgumas momentos, sou sincero, até me dá sono pelo tom monocórdico com que às vezes nos deparamos para tentar perceber o que algumas personagens estão a dizer e as suas implicações para o que vai acontecer a seguir.
Além disso, como podem ver na internet, posto-vos um link que demonstra que esta série já é das melhores, atualmente, a retratar o universo do hacking: http://www.techinsider.io/mr-robot-hackers-2016-1
Fora dos "clichês" demonstrados por outras séries e filmes, "vítimas" da espetacularidade inerente aos efeitos especiais, esta série retrata muito bem o underground da cena. Como hoje em dia, no que toca ao hacking, o pessoal gosta de conhecer sem aprender a fazer (muitos fogem às geeky stuff), é fácil ver o bash script a percorrer o grande ecrã quase que por pura magia. É mais fácil adquirirmos uma espécie de rascunho quando tentamos hackear, por exemplo, o FBI, como aconteceu num episódio desta nova temporada.
Até poderia desenvolver muito mais nesta crítica, mas vou esperar que a série se desenvolva, pois, muito sinceramente, quero ver o que vai acontecer ao grupo. Será que as agências de aplicação da lei terão força suficiente para conseguir acabar com o grupo de hacking, ou será este grupo suficientemente perspicaz para conseguir livrar-se das garras da justiça? É o que veremos nos próximos episódios.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Citizenfour

Um comentário a este documentário deve começar pela questão: a privacidade existe verdadeiramente? - Até nesta questão, existem muitos pontos a considerar, mas primeiro devemos olhar para a palavra privacidade e compreendê-la do ponto de vista do seu significado literal. Ora, segundo o dicionário priberam, esta palavra a condição do que é privado, pessoal ou íntimo; a vida privada. Em termos legais, o direito à privacidade está consignado no artigo 26º da CRP (Constituição da República Portuguesa), sob a categoria de outros direitos pessoais.
Após este enquadramento introdutório à palavra "privacidade", passo então à análise do documentário sobre Edward Snowden. Todos sabemos e conhecemos histórias, até do que vemos nos filmes e nas séries, do quão empenhados estão os realizadores em focar a espetacularidade dos efeitos especiais, histórias mirabolantes de espionagem, histórias de amor impossíveis e irrealizáveis, feitos heróicos de lendárias personagens da história, entre outros. Neste caso, é bastante diferente. É um documentário que  mantém o foco naquilo que é a privacidade e gera um intenso debate à volta da mesma.
Edward Snowden coloca-se à frente de qualquer funcionário ao serviço do Estado, e que teve a coragem de revelar muitos dos segredos a que estaria obrigado, por lei, a manter para si, quando, na realidade, o tornava cúmplice da violação à privacidade de muitos concidadãos. Como mostra o documentário, este situação coloca o personagem numa situação bastante nefasta para a sua vida, tanto a nível profissional como a nível pessoal.
Tecnicismos à parte, com a evolução da tecnologia, é bastante importante que todos percebam o quão fácil é a vida de qualquer um esteja completamente exposta, mesmo que involuntariamente. E no futuro, isto irá agravar-se. Desde o frigorífico que abrimos até à ùltima compra que efetuámos no supermercado, tudo isso pode ser monitorizado. Pessoalmente, não é isso que mais me assusta, mas sim a facilidade com que podemos aceder a essas informações - isto para quem tiver mais conhecimentos de caráter técnico para o fazer. Por lei, cada um tem direito à sua privacidade, exceto nos casos em que, numa situação particular, tal se afigure como extremamente necessário no decorrer de uma investigação, à busca da verdade. Agora, existem muitos programas com uma interface simples especificamente desenvolvida para quem não tiver conhecimentos técnicos e que permitem que os noobs da tecnologia incorram numa atividade criminal que viole a privacidade de um certo indivíduo. Além disso, não é que desacredite dos técnicos de informática deste país, mas se o criminoso conseguir disfarçar o seu IP pessoal, isso revela-se uma enorme complicação para quem tentar descobrir a fonte de ataque, o que dificulta ainda mais a investigação e, consequentemente, cria na população um certo "à vontade" para quem quiser "brincar" com a questão sem correr riscos.
Se hoje em dia é tão fácil, para qualquer pessoa, aceder a certas informações pessoais (por exemplo, dados que certas aplicações recolhem no telemóvel para trabalharem mais eficazmente), de que forma estará a nossa privacidade realmente protegida?



sexta-feira, 15 de abril de 2016

A aventura e o encanto pelo desconhecido

Hoje faz praticamente dois meses desde que me aventurei pela primeira vez numa das viagens com as quais eu já havia há muito sonhado.
Foi no início de Fevereiro que decidi, sem mais demoras, partir para conhecer o que muitos já me tinham falado e experienciado como sendo uma das cidades mais cosmopolitas e belas da Europa. Assim sendo, marquei as viagens, peguei na mala e segui.
Apesar já ter passado este tempo sem escrever, muito ainda permanece cá dentro de mim como sentimentos que dá vieram. Pode algo "banal" para quem costuma viajar e mesmo para quem não gosta de ficar na zona do conforto. O que é certo é que eu senti esta viagem como um desafio e, ao mesmo tempo, uma necessidade. Foi o facto de desafiar-me que me colocou à prova em muitas situações, desde ter-me perdido em algumas situações ao facto de ter de andar quilómetros e quilómetros só para chegar a um certo local e apreciar a beleza inigualável que não se consegue ver em fotografias ou meios virtuais. De facto, nós quando queremos conhecer alguma coisa, seja ela qual for, não devemos contentar-nos por conhecê-la superficialmente, temos sempre de procurar mais e melhor, pois como se costuma dizer, o saber nunca ocupa lugar.
Assim sendo, lá fui eu, primeiramente, a Londres. Desde o aeroporto de Stansted até Watford Junction e passando pelo centro propriamente dito, tive a oportunidade de falar com pessoas, num aglomerado de culturas. Sim, Londres é isso mesmo, conseguimos constatar a existência de uma amálgama cultural e que se sente no dia-a-dia londrino, em que a principal caraterística é a "rush hour", em que toda a gente apenas se preocupa em chegar de um sítio ao outro de forma rápida (alguns casos até correm se for preciso, literalmente). Claro que Londres não é uma cidade para visitar à pressa, que foi o meu caso, mas para quem conseguir ficar mais tempo, são de aproveitar aquelas emblemas da cidade, como o London Eye e o Big Ben, que para mim são os mais bonitos e ilustres.






 Claro que não podemos deixar de visitar o Buckingham Palace, a escassos metros do St James Park. Podia estar aqui a escrever sobre uma multiplicidade deles, mas já ficam a saber aquilo que é o essencial. Além disso, reparei e conheci pela primeira vez o autêntico conceito da "cidade que nunca dorme", que à semelhança de Nova Iorque, é o que acontece também em Londres. Reparei nisso quando numa madrugada de domingo, dia em que foi para a Alemanha, me desloquei à central de autocarros de King's Cross Station (sim, a mesma que surge na fantástica saga de Harry Potter), onde tive de apanhar o meu para o aeroporto de Stansted. Era uma noite de chuva e algum frio, de mochila às costas e com uma mala na mão, saí no metro de Euston e lá me dirigi, alguns metros mais à frente, para a dita paragem. No que toca à população londrina, nunca vi ninguém a andar tão rápido (àquelas pessoas que consideram que ando rápido, desenganem-se, desafiem os londrinos! :D ), fora isso, qualquer questão que tivesse poderia facilmente perguntar, à semelhança de nós, portugueses. E muito mais há para contar, mas daqui sairia um post muito grande, com o qual eu não vos quero massar.
Depois de Londres, foi a vez da Alemanha. Depois de uma noite muito mal dormida e quase de direta, lá me meti no avião e aterrei em Berlim. Só conheci a distância do aeroporto à central de autocarros, onde depois me desloquei para Leipzig, zona em que tinha pessoal conhecido e onde passei o bom tempo que estive lá. Não posso dizer o mesmo relativamente à hospitalidade, não tanto por estar mais em grupo desta vez. Posso afirmar que, talvez devido às raízes históricas deste país, que a população alemã não é tão generosa, isto é, apesar de haverem comunidades portuguesas lá, praticamente não convivem uns com os outros (há exceções, com certeza, mas que não tive oportunidade de constatar durante o tempo que lá fiquei). Tive a oportunidade também de conhecer outras pessoas, de outros países e culturas, nomeadamente da Síria, da França e de Espanha. São pessoas que, como nós, vestem-se de coragem e objetivos claramente traçados, e partem em busca de algo que verdadeiramente querem. E quando aliamos isso à arte e à música, suponho eu, no sítio certo de onde as obras possam brotar, nasce algo inédito e único. Leipzig é verdadeiramente a cidade da música, com um fantástico ambiente cultural, uma larga oferta de arte do ponto de vista musical. No que toca à Alemanha, antes de ir de viagem, não pesquisei muito acerca dos principais monumentos ou atrações turísticas suscetíveis de serem visitados (até porque não tinha sequer as bases do alemão), contudo, trago outra bagagem do saber da aventura e do prazer de viajar que tão cedo não irei esquecer e que com certeza um dia voltarei a sentir.













 Na imagem da esquerda, está o deutsche bank e à direita está o Tribunal de Leipzig.
Em suma, espero que gostem deste meu relato breve. Daquilo que aprendi enquanto estive lá fora, e muitas vezes por conta própria, posso garantir que, mesmo para aquelas pessoas cuja vida, em certos momentos, não tenha brilho ou que perca algum sítio, não há melhor remédio do que viajar. Assim que cheguei a Portugal, pensei logo em Fernando Pessoa, naquele poema do "Viajar, perder Países...", pois é essa sensação que nos fica quando vamos lá para fora e deixamos a zona de conforto, pois não há nada melhor do que desafiar os nossos limites enquanto seres humanos, e como globalizado que agora o nosso mundo está, não há desculpa para não conseguirmos fazer isso, basta querer e ter coragem, pois o resto vem por acréscimo. A nível espiritual, é uma das melhores prendas que damos a nós mesmos, pois fora de materialismos, o que realmente importa é aquilo que sentimos, não é aquilo que temos.
Um grande até já :)