sexta-feira, 15 de abril de 2016

A aventura e o encanto pelo desconhecido

Hoje faz praticamente dois meses desde que me aventurei pela primeira vez numa das viagens com as quais eu já havia há muito sonhado.
Foi no início de Fevereiro que decidi, sem mais demoras, partir para conhecer o que muitos já me tinham falado e experienciado como sendo uma das cidades mais cosmopolitas e belas da Europa. Assim sendo, marquei as viagens, peguei na mala e segui.
Apesar já ter passado este tempo sem escrever, muito ainda permanece cá dentro de mim como sentimentos que dá vieram. Pode algo "banal" para quem costuma viajar e mesmo para quem não gosta de ficar na zona do conforto. O que é certo é que eu senti esta viagem como um desafio e, ao mesmo tempo, uma necessidade. Foi o facto de desafiar-me que me colocou à prova em muitas situações, desde ter-me perdido em algumas situações ao facto de ter de andar quilómetros e quilómetros só para chegar a um certo local e apreciar a beleza inigualável que não se consegue ver em fotografias ou meios virtuais. De facto, nós quando queremos conhecer alguma coisa, seja ela qual for, não devemos contentar-nos por conhecê-la superficialmente, temos sempre de procurar mais e melhor, pois como se costuma dizer, o saber nunca ocupa lugar.
Assim sendo, lá fui eu, primeiramente, a Londres. Desde o aeroporto de Stansted até Watford Junction e passando pelo centro propriamente dito, tive a oportunidade de falar com pessoas, num aglomerado de culturas. Sim, Londres é isso mesmo, conseguimos constatar a existência de uma amálgama cultural e que se sente no dia-a-dia londrino, em que a principal caraterística é a "rush hour", em que toda a gente apenas se preocupa em chegar de um sítio ao outro de forma rápida (alguns casos até correm se for preciso, literalmente). Claro que Londres não é uma cidade para visitar à pressa, que foi o meu caso, mas para quem conseguir ficar mais tempo, são de aproveitar aquelas emblemas da cidade, como o London Eye e o Big Ben, que para mim são os mais bonitos e ilustres.






 Claro que não podemos deixar de visitar o Buckingham Palace, a escassos metros do St James Park. Podia estar aqui a escrever sobre uma multiplicidade deles, mas já ficam a saber aquilo que é o essencial. Além disso, reparei e conheci pela primeira vez o autêntico conceito da "cidade que nunca dorme", que à semelhança de Nova Iorque, é o que acontece também em Londres. Reparei nisso quando numa madrugada de domingo, dia em que foi para a Alemanha, me desloquei à central de autocarros de King's Cross Station (sim, a mesma que surge na fantástica saga de Harry Potter), onde tive de apanhar o meu para o aeroporto de Stansted. Era uma noite de chuva e algum frio, de mochila às costas e com uma mala na mão, saí no metro de Euston e lá me dirigi, alguns metros mais à frente, para a dita paragem. No que toca à população londrina, nunca vi ninguém a andar tão rápido (àquelas pessoas que consideram que ando rápido, desenganem-se, desafiem os londrinos! :D ), fora isso, qualquer questão que tivesse poderia facilmente perguntar, à semelhança de nós, portugueses. E muito mais há para contar, mas daqui sairia um post muito grande, com o qual eu não vos quero massar.
Depois de Londres, foi a vez da Alemanha. Depois de uma noite muito mal dormida e quase de direta, lá me meti no avião e aterrei em Berlim. Só conheci a distância do aeroporto à central de autocarros, onde depois me desloquei para Leipzig, zona em que tinha pessoal conhecido e onde passei o bom tempo que estive lá. Não posso dizer o mesmo relativamente à hospitalidade, não tanto por estar mais em grupo desta vez. Posso afirmar que, talvez devido às raízes históricas deste país, que a população alemã não é tão generosa, isto é, apesar de haverem comunidades portuguesas lá, praticamente não convivem uns com os outros (há exceções, com certeza, mas que não tive oportunidade de constatar durante o tempo que lá fiquei). Tive a oportunidade também de conhecer outras pessoas, de outros países e culturas, nomeadamente da Síria, da França e de Espanha. São pessoas que, como nós, vestem-se de coragem e objetivos claramente traçados, e partem em busca de algo que verdadeiramente querem. E quando aliamos isso à arte e à música, suponho eu, no sítio certo de onde as obras possam brotar, nasce algo inédito e único. Leipzig é verdadeiramente a cidade da música, com um fantástico ambiente cultural, uma larga oferta de arte do ponto de vista musical. No que toca à Alemanha, antes de ir de viagem, não pesquisei muito acerca dos principais monumentos ou atrações turísticas suscetíveis de serem visitados (até porque não tinha sequer as bases do alemão), contudo, trago outra bagagem do saber da aventura e do prazer de viajar que tão cedo não irei esquecer e que com certeza um dia voltarei a sentir.













 Na imagem da esquerda, está o deutsche bank e à direita está o Tribunal de Leipzig.
Em suma, espero que gostem deste meu relato breve. Daquilo que aprendi enquanto estive lá fora, e muitas vezes por conta própria, posso garantir que, mesmo para aquelas pessoas cuja vida, em certos momentos, não tenha brilho ou que perca algum sítio, não há melhor remédio do que viajar. Assim que cheguei a Portugal, pensei logo em Fernando Pessoa, naquele poema do "Viajar, perder Países...", pois é essa sensação que nos fica quando vamos lá para fora e deixamos a zona de conforto, pois não há nada melhor do que desafiar os nossos limites enquanto seres humanos, e como globalizado que agora o nosso mundo está, não há desculpa para não conseguirmos fazer isso, basta querer e ter coragem, pois o resto vem por acréscimo. A nível espiritual, é uma das melhores prendas que damos a nós mesmos, pois fora de materialismos, o que realmente importa é aquilo que sentimos, não é aquilo que temos.
Um grande até já :)